Grandes Momentos


Por Clackson   

  Orient Express (Brz)  

Dos grandes cavalos paulistas do final da década de 70, e não eram poucos, um dos que sempre estiveram em voga foi o cavalo Orient Express, filho de Milord e Ereira, cuja campanha clássica foi notável. 

Defendendo as cores do Sr. Attílio Irulegui, um profundo conhecedor do PSI, esse alazão criado pelo Haras H. Oliva, foi treinado pelo excelente Walfrido Garcia e montado pelo matemático freio Jorge Garcia, dono de uma das mais refinadas técnicas de montar um puro sangue.  

O páreo abaixo é o Grande Prêmio Jockey Club de São Paulo de 1978, prova corrida em 2.000 metros na raia de grama, sendo essa uma prova intermediária entre o Grande Prêmio Ipiranga (primeira prova da tríplice coroa em 1.609m) e o Derby Paulista em 2.400 metros.  

A foto mostra um momento eletrizante entre o Jorge Garcia e o jockey de Buvant, o grande bridão Albenzio Barroso, outro jockey de qualidades ímpares, que reinou no turfe paulista por décadas.  

Ao proprietário, criador, treinador e os grandes jockeys da foto de chegada o nosso reconhecimento e homenagens.

 Orient Express (Brz) - por fora

Grande Prêmio Jockey Club de São Paulo  – 01/10/78– 2.0000m – Grama

1º.) Orient Express (Milor e Ereira), jockey Jorge Garcia, treinado Walfrido Garcia, criador Haras H. Oliva, proprietário Sr. Attílio Irulegui 

2º.) Buvant (King Buck e Queen Paradise), A. Barroso, treinador A.S. Ventura, criação e propriedade do Stud Montecatini 

3º.) Laughing Boy (Eylau e Caçulinha),J. Dacosta, treinador, A. Magalhães, criação e propriedade do Haras Faxina. 

4º.) Great Fellow ( Flying Boy e Flower Pallace), L.C. Silva, treinador O. Feijó Neto, criação e propriedade do Stud São Silvestre. 

Chegaram à seguir: Ornarello (J.M.Amorim), Nadro (Roberto Penachio), Capitoal (L. Cavalheiro), African Boy (L. Yanez), Dampierre (A. Bolino), Bade (D.V.Lima), Quelenski (V.Souza) e Farfan (L.A.Pereira).

Tempo 2´03”10 




  Gadahar (Brz)  

Em tempos de disputa do Grande Prêmio São Paulo, o retrospecto nos remete para a uma eterna rivalidade entre os cavalos brasileiros e argentinos nessa prova, e como não poderia deixar de ser ambos os lados têm razões de sobra para se vangloriarem.

A excelente criação argentina sempre trouxe verdadeiras "máquinas " que vinham para fulminar o páreo, mas a criação nacional também não ficava atrás e um clima mais do que eletrizante cercava a disputa do páreo. Basta mencionar a antológica vitória de Adil sobre Tatan, para muitos o melhor cavalo argentino de todos os tempos.

Em 1.959, iniciou-se a seqüência de láureas portenhas com um dos grandes cavalos da história argentina, Atlas  que venceu o "São Paulo" com o freio Oswaldo Nardi, batendo Gaudeamus e Escorial.

Em 1.960 e 1961, Arturo A, com a lenda Irineo Leguisamo ampliava o placar e seguiram-se os êxitos de Snow Crown  (M. de Santis) em 1964, Maanin (A.Etchart) em 65, Tagliamento (Orestes Consenza) em 1967 (em tempo record), Decorum (Orestes Conzenza) em 1969, Severus (J.C.Tapia) em 1970, El Virtuoso (Orestes Consenza) em 1972 e Moraes Tinto (Roberto Rutti) em 1974.

Chegamos em 1.975 e num GP São Paulo todo especial, pois nesse ano se comemorava o Centenário do Jockey Club de São Paulo, e dada as incontestes vitórias argentinas tudo se configurava para mais uma provável vitória estrangeira.  Aqui cabe um parêntese para lembrar ao leitor que a criação nacional com Escorial (F. Irigoyen), Elizabeth (Antonio Bolino), Major´s Dilema (Luiz Rigoni) e Derah (Omário Reichel), venceram os principais páreos da jornada argentina por ocasião das comemorações do Centenário da Independência daquele país. Um feito sem qualquer comparação na história de rivalidade entre os dois países. Voltemos ao GP São Paulo.

Com um campo formado com a nata da criação dos dois países, e na presença do Presidente da República à época, o General Ernesto Geisel e comitiva, além do Governador do Estado, a consagração nacional veio por intermédio de um grande cavalo, criado por um grande haras, treinado por um grande treinador e montado por um grande jockey.

Gadahar, venceu de forma antológica um dos páreos mais importantes da história do Jockey Club de São Paulo, e assim encerrando um ciclo de vitórias argentinas nesse páreo. Após essa vitória nunca mais um cavalo argentino levantaria essa prova.

Ao tradicionalíssimo Haras Faxina, de Henrique de Toledo Lara e Margarida Polak Lara, coube a primazia de criar um animal (entre outros) fora de série, ao treinador Amazílio Magalhães, uma referência em Cidade Jardim, uma vitória ímpar em sua carreira e ao excelente freio Loacir Cavalheiro a honra de vencer uma corrida feita de forma tão inteligente.

O leitor deve notar no retrospecto que depois de Gadahar, somente no quinto lugar vai aparecer um cavalo brasileiro, o que amplifica e muito sua vitória.

Este espaço rende as justas homenagens a esses personagens que estão para sempre na história do turfe paulista.

 

Gadahar (Brz) - Farda Ouro e Preto

 Grande Prêmio São Paulo, 4 de maio de 1.975 - 2.400 metros - grama leve

1º) Gadahar (Brasil) (Earldom e Queeny), Loacir Cavalheiro, Amazílio Magalhães, Haras Faxina.

2º) Snow Body (Arg) por (Snow Cat´s e Lady Blanche), H.C. Libre, J.A.Maldotti, Studo Luiz Geronimo.

3º) Satánas (Peru) por (Babu´s On e Nativa), Sergio Vera, E Teixeira, Haras América.

4º) Jadar (Chile) (Jalon e Estela), J.M. Aravena, J. Inda, Stud Mardim.

Chegaram a seguir: Yanbarberik (A. Ramos), La Ranchera (A. Barroso), Good Bloke (J.T. Benitez), Proteisa (S. Vasquez), Uleanto (J. Borja), Arnaldo (S. Azócar),  El Andaluz (E. Jara), Uníssono (J. Fagundes), Manacor (E. Ferreira), Tajante (E. Amorim), Maison II (J.M.Amorim), Snow Carcaj (W. Baez).

Tempo: 2min27s3/10  (Recorde  Tagliamento com 2min27).




  Baronius (Brz)  

A extensa e secular lista de grandes campeões do Haras São José Expedictus possui nomes que se confundem com a própria história do turfe brasileiro e homenagear esse Haras é o mesmo que homenagear o Turfe como um todo.

Um grande nome de sua criação foi sem dúvida o cavalo Baronius, que ao longo de sua campanha venceu os grandes cavalos de sua época. Montado sempre por um dos melhores  jockeys que atuaram no turfe brasileiro em todos os tempos, o lendário bridão Gabriel Menezes, em que cuja opinião reside o fato que Baronius foi o melhor cavalo que montou em sua vida profissional.

Os principais adversários de Baronius à época, era a parelha do Haras Rosa do Sul formada por Big Lark e Dark Brown, cujas chegadas com Baronius eram sempre eletrizantes, porém uma delas fugiu totalmente daquilo que se espera do turfe. O caso mais emblemático, e que passou para a história, foi a atribulada reta de chegada do GP Brasil de 80, onde o Baronius e essa parelha envolveram-se numa "troca de gentilezas" entre seus jockeys e, após um prolongado sino de reclamação, a Comissão de Corridas julgou como normal a chegada dando a vitória ao Rosa do Sul. Essa decisão é contestada até hoje.

Peripécias à parte, o páreo abaixo é um vitória esmagadora do Baronius contra os melhores de sua época e aqui é registrada a homenagem à esse excepcional cavalo, ao seu mitológico jockey e ao venerado treinador.

Baronius (Brz)

Grande Prêmio Taça de Ouro - 2.000m - grama - Hipódromo da Gávea - tempo 2´01"2/10 - 04/05/80

1º) Baronius (Falkland e Pavane ), G. Menezes, treinador F. Saraiva, criador Haras São José e Expedictus

2º) Dark Brown (Tumble Lark e Nogueira II), J. Queiroz, A. Cabreira, Haras Rosa do Sul

3º) Depiction (Tumble Lark e Snow Garland), A. Bolino, A. Cabreira, Haras Rosa do Sul

Nagami (St Ives e  Naide), J. Pinto, J.A.Limeira, Haras Verde e Preto

Chegaram à seguir: Ugago (E. Le Mener Fº.), Gerki (J. Escobar), Diau (F. Pereira Filho), Dutchman (J. Ricardo), Shot Lancer (E.R. Ferreira),Boricado (L. Gonzales), Union Valley (G.F. Almeida), Pretive (R. Penachio), Bahr El Gazal (J.M. Silva), Laoag (A.Ramos), Match Point Again (W. Gonçalves), Be Colbalt (A. Oliveira)

Pelo veio paterno, nosso homenageado, pertence ao ramo do Chefe de Raça, Hyperion (GB), o mesmo que ajudou a produzir, Farwell, Forli, Atlas, entre tantos outros excelentes animais. No pedigree de sua mãe, encontramos, os valiosos sangues de mais dois Sire of sires, (Tourbillon e Teddy).




  Frau Astrid (Per)   

A semana máxima do turfe paulista, que ocorre no mês de maio, é composta, além do GP São Paulo, por outras três importantes provas. Trata-se do GP. ABCCC, em 1.000 metros, o GP OSAF, em 2.000 metros para éguas, e o GP Presidente da República, em 1.600 metros.

Disputas memoráveis nessas provas estarão sempre na lembrança dos turfistas, onde jockeys e cavalos proporcionaram verdadeiras epopéias, porém há um lado nessas provas que nem sempre gostamos de lembrar.

Trata-se das vitórias estrangeiras. Por uma questão de nacionalismo, e não pode ser diferente, sempre torcemos para o cavalo nacional vencer, não importa a quem, contudo a diferença entre desejo e realidade, no turfe é de uma dimensão gigantesca.

Arturo A, Tatan, Tagliamento, Moraes Tinto, Stein, Rasputin II e tantos outros, deixaram o turfista nacional com aquela sensação de derrota em final de Copa do Mundo. Esse lado do turfe existe e é parte do espetáculo.

Em 1986, as duas provas corridas no sábado, véspera do GP São Paulo, deixaram todos os turfistas com o nervos a flor da pele, pois no "kilometro internacional", a égua Frau Astrid, representante do turfe peruano, e no "OSAF" a égua Vale Mas, levaram a melhor sobre a criação nacional.

Como parte de um tratamento sem nenhuma espécie de nacionalismo, este espaço homenageará a égua peruana Frau Astrid pela incontestável superioridade mostrada frente aos velocistas nacionais.

De criação e propriedade do Haras Cuatro Palos, e montada pelo bridão M. Rojas, Frau Astrid levaria para seu cartel um título que muito dignificou sua campanha, tanto que foi comprada pela iniciativa própria de um importante criador brasileiro (Ronald Schulze / Haras Truc), logo após sua vitória.

Ao criador, jockey e treinador, o reconhecimento por essa singular e importante conquista.

Frau Astrid (Per) - (Fêmea 1982) - Vitória Inesquecível em 1986

Grande Prêmio Associação Brasileira do Criadores do Cavalo de Corrida Gr.1 - 1.000m - grama - Hipódromo de Cidade Jardim- tempo 56"8 - 03/05/86

1º) Frau Astrid (El Fuhrer e Queen Espress ), M.Rojas, treinador A.Soto, criador Haras Cuatro Palos

2º) Earp Son (Earp e Cleusinha), I.Quintana, J.B.Nogueira, Delmar Biazoli Martins

3º) Brown Wolf (Heathen e Chambolle), J.Garcia, Dendico Garcia Jr, Haras Scotland

Bolkonska (Locris e Dassara), G. Menezes, L.E. Gosik, Haras Inshalla

chegaram a seguir: Mão Leve (A. Alves), Behave (J. Aurélio), Breu (A. Barroso), Quanzoler (A. Batista), Hereu (Luis Duartel),Tanger (J. Jorge), Boy Boy ( W. Gonçalves), Bendito (S. Vasquez), Burgon ( W. Carvalho), Hachis (G.F. Silva), Farafiz (R. Penachio), Roul (A. Bolino), Quissá Domani (I.F. Ribeiro) e Haleph (J. Gonçalves).

Por linha alta, Frau Astrid (Per) - Descende do Chefe de Raça, Tourbillon (Fr). Pelo seguimento materno, encontramos nomes consagrados do turfe mundial : Sir Gallahad (Linha Teddy), Tim Tam , Royal Charger e Big Game. Um Ramo materno muito famoso no turfe (22-d). O mesmo de Blushing Groom e Roi Normand.




  Tonnerre (Brz)  

O mês de dezembro no calendário turfístico de São Paulo têm, dentre sua programação clássica, àquela que pode ser considerada como o túmulo de candidatos à verdadeira tríplice coroa, ou seja, os intransponíveis 3.000 metros do Grande Prêmio Consagração, prova reservada ao potros de 3 anos.

Grandes nomes brilharam nessa prova, assim como os que naufragaram fragorosamente. Uma prova nessa distância exige do jockey mais do que uma simples direção. Exige um profundo conhecimento do potro, um apurado senso de percurso e uma técnica refinada.

Nem todos os jockeys se sentem à vontade nessa distância, porém o jockey abaixo além uma enorme categoria, tinha um absoluto senso de dosar corretamente o fôlego de um animal, extraindo as mais sensacionais vitórias. Já o potro figurou com muita freqüência na esfera clássica, mesmo porque seu criador era sinônimo de alta qualidade.

As justas homenagens vão para o antológico Haras São Bernardo, do Barão e Baronesa von Leithner, cujo potro Tonnerre venceu várias provas clássicas. Já o jockey, é ninguém menos que o mestre Albenzio Barroso, líder inconteste de 19 Estatísticas consecutivas em Cidade Jardim, e apropriadamente apelidado de o "Feiticeiro", dada sua incrível capacidade de transformar corridas perdidas em vitórias.

A vitória do Tonnerre deu-se para cima do Derby Winner do ano de 71, Eylau, do Haras Faxina.A tradicionalíssima  farda ouro com braçadeiras pretas, criadores de Quartier Latin e Gaudeamus,  obtinha dessa forma mais um troféu clássico.

O Haras São Bernardo não mais existe, mas suas vitórias e produtos pertencem à história do turfe, e para isso essa coluna homenageia àquela "fábrica" de craques, e estende a homenagem ao campeoníssimo jockey Albenzio Barroso, piloto de muitos dos craques do São Bernardo, e ao comnpetente treinador Joaquim Amorim Filho.

Grande Prêmio Consagração - 3.000m - grama - Hipódromo de Cidade Jardim- tempo 3'12"7

1º) Tonnerre (Pass the Word e Hymne ), A. Barroso, treinador Joaquim Amorim Filho, criador Haras São Bernardo

2º) Eylau (Ogan e Quivive), O.Nobre, A. Magalhães, Haras Faxina

3º) Yakei (Xaveco e Irinias), J.M.Amorim, Carlos Cabral, Fazenda e Haras Castelo S/A

Macar (Waldmeister e AA), E.Le Mener Filho, Mario de Almeida, Zélia Peixoto de Casdtro

Chegaram a seguir: Rangu (J. Fagundes), Uivador (Sabino Iodice), Joyeux (J. Borja), Hasta Siempre (J.P.Martins), São Nicolau (Mário Padial),King´s Melody (M.A.Carvalho).

Tonnerre (Brz) Pass The World e Hymne por Violloncelle (Linha de Hurry On). Animal descendente do Chefe de Raça Hyperion (GB), mesmo ramo paterno de Farwell (Brz) - Tríplice Coroado no Brasil.




  Negroni (Brz)  

Para aqueles que acham que o turfe brasileiro resume-se ao eixo Rio-São Paulo,  nada mais enganoso. O estado do Paraná, com o hipódromo do Tarumã, e o Rio Grande do Sul, com o Cristal, são outros centros importantes que se somam ao centros paulista e carioca. Se hoje não atravessam boas fases, paciência, mas em nada perdem na tradição e importância.

O Grande Prêmio Paraná, prova máxima daquele centro,  sempre foi chamado do  "GP São Paulo da areia" , onde os melhores cavalos do País disputam o tão almejado título de campeão. Grandes jockeys e cavalos conquistaram esse famoso GP.

Vamos relembrar um dos grandes momentos dessa prova, onde um dos mais tradicionais haras do turfe brasileiro venceu com o seu craque da época.  Trata-se do Haras Ipiranga e o craque é o cavalo Negroni, que em 1.971, deu um show naquele páreo. Antonio Bolino, jockey oficial do haras por longos anos, mais uma vez mostrava toda sua técnica ao fazer um percurso magistral e vencendo de forma categórica.

A tradicional farda solferino e azul em vertical, agregaria mais um título em sua longa coleção.

Ao  tradicional Haras, ao mítico freio Antonio Bolino e ao trabalho competente do  treinador Elídio Pereira Gusso, a nossa homenagem.

Grande Prêmio Paraná Gr.1 - 2.400m - areia - Hipódromo do Tarumã - tempo 2'43"3

1º) Negroni (Flamboyant de Fresnay e Aurora ), A. Bolino, treinador E.P Gusso, criador Haras Ipiranga

2º) Dico (Ortile e Raial), J. Fagundes, Abílio S. Ventura, Stud Otta

3º) Escudo Negro (Levino e Enzima), A. Barroso, Eduardo Gosik, Sr. Xavier Chediak

Ras-El-Khima (Normanton e Donaire), J. Pedro Filho, Rubens Carrapito, Haras São Joaquim

chegaram à seguir: Castão (L.A. Pereira), Don Jurandir (E.M. Bueno), Bufo (J. Queiroz), Inajon (A. Zanin), Xaréu (A. Cassante), Cerrito de Ouro (A.F.Correia), Docho (O. Nobre), Junior (F. Pereira Filho)

***** Negroni (Brz) - Portador de régio pedigree, descende do fenomenal corredor Pharis (Fr).



  Asola  

Entre os grandes criadores do turfe brasileiro, o Haras Santa Ana do Rio Grande sempre ocupou um lugar de destaque, pelos  grandes animais que saíram às pistas com a imortal farda preto, cruz de santo andré ouro, boné ouro.

Mogambo, Unbeaten, Vetorial, Anilité, Asola, Breitner, Bowling, Cartesiano, Falcon Jet,  e tanto outros, que a qualidade de seus produtos refletia-se nos resultados dos Grandes Prêmios, ou seja, vitórias e mais vitórias.

Como à provar a sua monumental qualidade de criar o PSI, lembremos que os animais das gerações com as letras A,B e C, vieram a vencer o Grande Prêmio Brasil, marcando um feito sem paralelo no turfe brasileiro. Anilité, Bowling e Cartesiano, foram os campeões que entraram para a história do nosso turfe, todavia na geração "A" houve uma representante que também merece uma justa homenagem, à exemplo dos já citados.

A égua Asola foi uma craque em todos os sentidos, pois vencia com autoridade, inclusive sua companheira Anilité, que lhe secundava quando iam para o confronto direto. Trazida para Cidade Jardim para disputar o GP Diana, Asola despachou as adversárias, humilhando-as. Asola dessa forma venceu o Diana paulista e carioca. Uma craque!

Montada habitualmente pelo grande ícone do turfe carioca, o bridão Juvenal Machado da Silva, um dos grandes jockeys de nossa história, o Juvenal era uma atração a mais junto com a Asola, pois era um jockey de grande habilidade, tinha um percurso totalmente calculado, e principalmente, respeitava a característica do animal, não imprimindo ritmos fora da capacidade locomotora do animal. Tanto assim que chegou os inalcançáveis cinco títulos no Grande Prêmio Brasil.

Treinada por Alcides Morales, um professor na arte de treinar cavalos de corrida, vamos relembrar a vitória da Asola no GP Diana, corrido na Gávea, onde venceria sua companheira Anilité ( e também o faria no GP Marciano Aguiar Moreira) de forma inconteste.

Ao  excepcional criador (Fazenda Mondesir), ao grande jockey e ao trabalho competente do  treinador, a homenagem deste site.

Asola (Brz) - por fora

Grande Prêmio Diana Gr.1 - 2.000m - grama macia - Hipódromo da Gávea - 22/05/83 - tempo 2'02"2/10

1º) Asola (St. Chad e Haé ), J.M. Silva, treinador A. Morales, criador Fazenda Mondesir

2º) Anilité (St Chad e Menga), Adail Oliveira, A Morales, Santa Ana do Rio Grande

3º) Kiformoza (Clouet e Grisel), J.M. Amorim, Amazílio Magalhães Filho, Haras Bandeirantes

Juice (Xaveco e Avance), E.R Ferreira, Anísio Andretta, Stud Joatinga

chegaram à seguir: Esguia (J.C. Castillo), Anamour (J. Queiroz), Ebrea (L.C. Silva), All Good ( J. Ricardo), Gran Confusione (J. Amaral), Ebrezza (E. Ferreira), Amarela (G.F. Almeida). Não correu Anis



 Pearson 

No universo do Turfe, onde infelizmente as provas são realizadas em distâncias cada vez mais curtas, a simples menção de um páreo em longa distância atrai a atenção de quem quer que seja, pois nesse tipo de prova além da categoria dos animais, entra, e muito, a técnica do jockey.

Pilotos não habituados a essas distâncias, não raro, cometem erros que não fariam em distâncias mais curtas. Um páreo longo exige um sexto sentido do jockey, pois ele deverá sentir seu cavalo ao longo do percurso e saber o exato momento de dar a partida no seu dirigido.

Nesse tipo de prova um pequeno erro será fatal, daí reside a beleza da prova e, via de regra, o nome dos grandes pilotos reluzem mais ainda quando estão nessa disputa.

Nos anos 80, uma feliz conjugação de um bom cavalo e um exuberante jockey faziam a raia de Cidade Jardim parecer uma sala de aula onde o mestre ensinava a quem o assistisse, como vencer uma linda carreira de longa distância.

Para melhorar mais ainda a aula, outros professores participavam da prova e mostravam ao público o que é uma verdadeira corrida de cavalos.

Vamos relembrar o bom cavalo Pearson, de criação do Haras Pirajussara e de propriedade de Evangelina Uchoa Zarvos, e seu mítico jockey, o freio Antonio Bolino, que disputando o Clássico João Sampaio, uma das únicas provas de 3.000 metros do turfe paulista, levaram o público ao delírio com uma chegada impressionante.

Como quem a mostrar também toda sua classe e sua inigualável tocada, o imortal bridão dos bridões, Ivan Quintana, montando Ulan Bator, do Haras Santa Ana do Rio Grande, fazendo uma corrida de qualidade técnica insuperável, exigiu que Antonio Bolino aplicasse toda sua técnica para vencer o páreo, pois fosse outro o jockey, o eterno campeão Ivan Quintana fatalmente ganharia a disputa.

Notar a posição do Bolino na chegada para perceber que ele teve no Quintana um oponente temível.

Realçando a disputa, o bridão João Gabriel Costa,  montando o bom cavalo Dersu, do Haras Louveira, chegou "colado" como quem a mostrar que uma falha dos ponteiros, ele venceria a prova.

Uma grande prova, vencida por um grande cavalo e amplificada pela exibição de dois dos maiores jockeys de todos os tempos do turfe brasileiro.

A foto da chegada é por demais  emocionante, pois em 3.000 metros  ter uma chegada com os cavalos "grudados", mostra e muito, principalmente para o turfista novato, o que se passava na raia de Cidade Jardim quando os eternos mestres, entre outros, montavam.

Sem querer ser saudosista, mas que falta faz um páreo dessa qualidade hoje em dia.....

Aos jockeys, criadores, proprietários e  treinadores a homenagem da coluna por essa exibição de gala.

Pearson (Brz)

Clássico João Sampaio, 3000 metros, grama  leve, 28/12/1984, tempo 3'09"4s

1o.) Pearson ( Gershwin e Eduarda ), jockey Antonio Bolino, treinador P. Gusso Filho, propriedade de Evangelina Uchoa Zarvos, criação Haras Pirajussara

2o.)  Ulan Bator ( Crying to Run e Ecosaisse), Ivan Quintana, treinador C. Cabral, criação e propriedade do Haras Santa Ana do Rio Grande.

3o.) Dersu ( Isaton e Pátina ), João Gabriel Costa, treinador O. Franco, criação e propriedade do Haras Louveira.

4o.) Dentel ( Viziane e Jerusalém), Edson Amorim, treinador  G. Caires, propriedade Stud Sete Cravos.

chegou à seguir Florus ( A. Barroso).



 Duplex 

A recente vitória do cavalo Eu Também no Grande Prêmio Derby Argentino além de emocionar a todos pelo significado da prova, nos traz a lembrança os feitos memoráveis que o turfe nacional obteve no vizinho platino com suas consagradoras vitórias.

Na década de 60, Escorial, Elizabeth e Major´s Dilema levantariam os principais páreos destinados as comemorações da independência da Argentina, marcando com isso um feito histórico,

Já na década de 80 a égua Immensity venceria o GP Carlos Pellegrini de forma autoritária, sendo que para deleite verde-amarelo, o segundo e terceiro lugares foram também de cavalos brasileiros (ver matéria inaugural desta coluna).

Nessa galeria jamais um cavalo não poderia deixar de ser mencionado, pelo que representou no cenário do turfe sul americano no início dos anos 80. Trata-se do imortal Duplex, vencedor de provas de grupo I no Uruguai, Argentina e Peru.

O filho de Breeders Dream e Dulcine, criado por ninguém menos que Roberto Seabra, o maior criador brasileiro de todos os tempos, e de propriedade do Stud Jupiá (Carlos Eduardo Salles Gomes), por onde passou deixou um rastro de incredulidade dado pela categoria com que vencia adversários, tanto na grama quanto na areia, e que figuravam como os melhores da América do Sul.

No Uruguai vencera o GP José Pedro Ramirez, a maior prova do turfe local, em 2.400 metros na raia de areia. No Peru levantou o GP Jockey Club Del Peru, também em 2.400 metros na areia.

Na Argentina, Duplex faria um bis que deixaria boquiaberto qualquer pessoa que entenda minimamente de turfe, pois inscrito em 1.600 metros na areia do Grande Premio Organizacion Sulamericana Del Puro Sangre de Carrera, corrido no hipódromo de Palermo, Duplex aplicaria uma derrota sem igual a Conda, até então considerada a melhor égua do ano na Argentina. 

Duplex (Brz) - nos 1.600 metros

Aqui cabe um parêntese para que sejam homenageados os profissionais do turfe que fizeram com que o Duplex alcançasse tal láurea. O seu treinador era ninguém menos que o Walfrido Garcia, profissional que se confunde com o significado da arte de treinar cavalos de corrida. Dono de um sem números de títulos em provas clássicas, o Walfrido Garcia sempre foi uma referência de seriedade e profissionalismo no turfe.

Em se tratando de Walfrido Garcia não foi surpresa alguma a estupenda campanha do Duplex. Esse profissional sempre foi vencedor. 

Quanto ao jockey, falar de turfe sem mencionar seu nome, é falar no vazio. Trata-se do freio Jorge Garcia, seguramente um dos mais importantes jockeys que já atuaram no turfe sul americano. A sua forma de conduzir um cavalo e a precisão com que atropelava desafiava as mais elementares regras do espaço-tempo. Era um jockey perfeito. 

Voltemos ao Duplex. A consagração maior desse cavalo viria no hipódromo de San Isidro, por ocasião do II GP Associacion Latino Americana de Jockeys Clubs, onde na edição inaugural desse GP, outro cavalo brasileiro, Dark Brown, levantara o páreo. 

Duplex enfrentando a nata dos cavalos argentinos, tais como Especulante e I´am Glad, recordistas, e demais craques sul americanos, em 2.000 metros na raia de grama, venceu-os de forma eletrizante ( veja a foto).

O Jorge Garcia, de forma matemática, deu uma atropelada e somente nos últimos 50 metros dominou a prova, tirando no disco a então vitória argentina. Notar a categoria desse jockey ao colocar o chicote debaixo do braço, símbolo máximo da supremacia de um jockey, e dando a tarefa por encerrada antes mesmo da transposição do disco. 

Essa vitória pertence ao Panteão Nacional do turfe brasileiro. 

A esse fenomenal cavalo, ao seu magnânimo criador, ao dedicado proprietário, ao competentíssimo treinador e ao seu mitológico jockey a singela homenagem pelo tudo que representaram para o turfe brasileiro.

Duplex (Brz) no Associacion Latino Americana



  Nicolai

Dos vários animais que se destacaram na raia de areia no turfe paulista, um se destacou de forma assombrosa, pois colecionou no seu cartel de vitórias nada menos que um tricampeonato do clássico 29 de Outubro, um bi campeonato no Clássico Hernani Azevedo Silva além de uma vitória tida como impossível na Copa ANPC-1600 metros – areia. (para esse páreo ver matéria – O Legado de Ivan Quintana).

A mais que obrigatória homenagem é para o lendário Nicolai, a máquina de correr que defendia as cores do Stud Luiz Omar.

Animal de incomum qualidade, Nicolai vencia os páreos de forma tão autoritária que seus oponentes lutavam para fazer segundo, pois na ponta sempre estava o invencível Nicolai.

Treinado pelo mais que competente Selmar Lobo, e montado ao longo de sua campanha por três ícones do turfe paulista, ou seja, o mítico freio Antonio Bolino, o campeoníssimo Albenzio Barroso e o imortal Ivan Quintana, cada um ao seu estilo, levaram essa suprema máquina de correr, dentro de suas características, às inúmeras vitórias de grupo.

O páreo abaixo é o GP 29 de Outubro de 1.985, onde Nicolai esmagou seus adversários, cruzando o disco com enorme facilidade. Notar que as quatro patas do Nicolai estão em pleno ar.

Ao proprietário, criador, treinador e os grandes jockeys que o montaram o nosso reconhecimento e homenagem.

Nicolai - corredor que marcou época !!!

Grande Prêmio 29 de Outubro  G.3 – 27/10/85– 1.600m – Areia

Tempo 1´39”4

1º.) Nicolai ( Pinhal e Prime Lady), jockey A. Bolino, treinador S. Lobo, criador Haras Paraná e proprietário Stud Luiz Omar  

2º.) Clisthen ( Heathen e Baucis), R. Penachio treinador J. Fernandes,  proprietário Haras Sambaíba

3º.) Breu (Kuryakin e A Tempo), A.Vale, treinador, J. Alves, proprietário Oscar Guimarães Machado.

4º.) Kiker Brave ( Rio Bravo II e Calandre), A. Barroso, treinador L.C.Mello, proprietário Stud Zapará.

Chegaram à seguir: Festival (A. Matias), Land Wind ( L. Duarte), Gremiue (C. Canuto), The Word ( W. Lopes), Bold River (J. Silva), Man of Lamancha ( A. Alves), Bacharel ( M. Latorre), Irezoboo ( F.A. Marques), Sagittárius ( C.F. Silva), Acoré ( J. Amaral), D´Vik ( E. Amorim), Gracious ( F. Maia), Não correu Bright Pollux  



 Quintus Ferus 

No começo dos anos 80 uma feliz combinação entre criador-treinador e jockey fez com que o turfe paulista assistisse a um verdadeiro espetáculo de grandes animais na pista e perfeitas direções.

O mais que tradicional Haras Faxina, tendo como treinador Amazílio Magalhães e o jockey Albenzio Barroso foram protagonistas de memoráveis vitórias na esfera clássica paulista e brasileira. 

Além da eterna Off the Way, esses competentes profissionais levaram outros animais à vitórias de grupo, tais como One More Kiss, Oh que Boa, Quick as Thunder e Quintus Ferus, sendo esse último o homenageado. 

Mostrando sempre precocidade o filho de Henry de Balafré e Mignon, viria a vencer, entre outros, o GP Antenor de Lara Campos, em 1.500 metros, areia, e o GP Juliano Martins, em 1.500 metros, grama. 

Esse Grande Prêmio no calendário paulista dá ao vencedor, o título de líder da geração. A campanha de Quintus Ferus até esse páreo era de em 6 apresentações, quatro primeiros lugares, um segundo e um terceiro. Não é preciso dizer mais nada quanto à qualidade desse potro. 

A foto abaixo mostra esse grande cavalo vencendo essa prova tendo como segundo colocado, seu companheiro de cocheira Quick as Thunder. Em terceiro chegou Evaristo que mais tarde viria vencer um GP Presidente da República Gr.1, em 1.600 metros. 

Ao jockey campeão, treinador e criador a justa homenagem por esse feito.

Quintus Ferus - livra cabeça numa chegada emocionante

Grande Prêmio Julian Martins – 26/06/83– 1.500m – Grama

Tempo 1´31”2 

1º.) Quintus Ferus ( Henry de Balafré e Mignon), jockey A. Barroso, treinador A. Magalhães, criador e proprietário Haras Faxina 

2º.) Quick as Thunder ( Eylau e Hello Riso), J. Dacosta , treinador A. Magalhães, criador e proprietário Haras Faxina 

3º.) Evaristo ( Rio Bravo II e Quinite), J.Garcia, treinador, Dendico Garcia, Haras Scotland 

4º.) Dear Windy ( Brac e Aflorada), Ivan Quintana, treinador J. Borges, Haras J.B Barros. 

Chegaram à seguir: Filamento (S.A. Santos), Lycky Day (M. Latorre), Paul (E. Amorim), Griot (J. Silva), Quarter Deck (J.M Amorim), Allez Britain (G. Menezes), Laranjo ( L. Cavalheiro), Grey Ness (J. Fagundes), Empire Maker ( L.C. Sulva), Nostradamus (R, Penachio), Zurcio ( L. Amaral), Meteoro ( L. Yanez), El Cito ( J. Lima) 



 Sunset

As distâncias longas sempre atraíram a atenção do público turfista, devido ao fato que nessas distâncias os animais provam todo seu potencial de resistência. Vencer uma prova de fundo é algo que todo criador e proprietário sonha um dia.

Grandes nomes do turfe nacional inscreveram seus nomes na seleta galeria dos fundistas. A homenagem hoje cabe a um digno representante dessa categoria. Trata-se do cavalo Sunset, do turfe carioca, que sempre correu muito à vontade nas provas de fundo.

A foto abaixo é sua vitória no rigoroso Grande Prêmio Jockey Club Brasileiro, cuja distância é de 3000 metros, sendo essa prova a última etapa da tríplice coroa carioca.  

O jockey Gonçalino Feijó de Almeida, o Goncinha, fazendo um percurso mais do que inteligente deixou que Embarcadero Road e Big Lark brigassem durante a reta oposta para, após a renúncia de Embarcadero na reta final, avançar sobre o excelente Big Lark e tirar-lhe a vitória de forma categórica.

Passado dois meses da corrida abaixo, Sunset iria consagrar-se como autêntico campeão do Grande Prêmio Brasil, na condução do Goncinha.  

Sunset

Ao jockey, treinador e criador / proprietário a nossas homenagens.

Grande Prêmio Jockey Club Brasileiro – 25/06/78 – 3000m – Grama

Tempo 3´06”6  

1º.) Sunset ( Waldmeister e Lá), jockey G.F. Almeida, treinador A. Miranda, criador e proprietário Fazenda Mondesir   

2º.) Big Lark ( Tumble Lark e Snow England), Loacir Cavalheiro, treinador P. Morgado,  Carmen Thereza Machline   

3º.) Drenaco ( Honeyville e Xerásia), J. M. Silva, treinador, A.P.Silva, Stud Exchange

4º.) Kopá ( Xaveco e Beltá), Jorge Garcia, treinador R, Carrapito, Stud Rio Preto.

Chegaram à seguir: Embarcadero Road (A. Barroso), Zé Luiz ( E. Ferreira), Ceylão (G. Menezes), Eldia ( A. Oliveira), Zucaryl (F.Estaves) 


 TRÍPLICES COROADAS TURFE PAULISTA 

A homenagem que será prestada neste artigo será uma homenagem coletiva, pois estamos em tempos de tríplice coroa das éguas, e nada mais justo do que render as homenagens ao seleto, e imortal, grupo do turfe paulista, que inscreveu seu nome na história do turfe brasileiro.   

Antes de iniciarmos a homenagem cabem aqui algumas considerações quanto á tríplice coroa paulista. Há exatos vinte e sete anos esse título não consegue ser levantado, o que aumenta e muito a torcida para uma vencedora.  

Algumas éguas chegaram próxima à coroação, caso de Revless, que foi inscrita no GP Carlos Pellegrini, ao invés da última prova paulista, e onde certamente levantaria o título, sendo que na Argentina veio a mancar gravemente encerrando sua campanha.

Biscuit Royale e Hail Glory vieram a ser derrotadas na última prova, enterrando ali o sonho de uma geração de turfistas em ver uma campeã.  

A disputa da tríplice coroa paulista é composta do Grande Prêmio Barão de Piracicaba, em 1600 metros, grama, seguido do Grande Prêmio Diana, em 2000 metros, sendo esse GP considerado como o Derby das éguas e, finalizando, o GP José Guathemozin Nogueira, em 2.400 metros.  

Essas provas e distâncias são os pilares seculares dessa disputa, pois a essência do turfe é a tradição, e nem poderia ser diferente, pois diferentemente de outros esportes, no turfe não há espaço para experimentalismos. O que deve mudar ao longo do tempo são os animais e não as condições das disputas, e assim sendo sempre poderemos ter o mesmo parâmetro de comparação ao longo do tempo.  

A disputa da tríplice coroa das éguas ainda não foi alterada, mas não é difícil prever alguma alteração, pois infelizmente na década de 90, o turfe paulista alterou as regras seculares da tríplice coroa dos potros, de forma a facilitar a obtenção do título ao incluir os 2000 metros do GP Jockey Club de São Paulo no calendário dessa disputa e deixando opcional o outrora obrigatório GP Consagração, nos rígidos 3.000 metros.  

Em outras palavras, encurtaram o campo de futebol para ver se apareciam mais Pelés e Garrinchas, esquecendo-se do fato que Pelé e Garrincha (singular, e não plural) são exceções e exceções também devem ser os consagrados da tríplice coroa.  

Feitas essas considerações, vamos às homenagens das consagradas tríplices coroadas do turfe paulista. 

1933 – Jacutinga (Miau e Melindrosa)  

Numa disputa entre machos e fêmeas, regra á época, a égua Jacutinga, abriu a série da tríplice coroa feminina do turfe paulista, contudo, o Jockey Club de São Paulo reconhece-a como vencedora da série geral e não da exclusiva série feminina. De qualquer forma o autor destas linhas considero-a uma égua tríplice coroada.   

Grande Prêmio Ypiranga (tempo 1´ 44” )  

Jacutinga  - jockey Thimoteo Baptista, treinador A. Olmos, proprietário e criador Sr. Rodolpho de Lara Campos  

Chegaram a seguir Orleans (L. Gonzáles), Zaga (F. Biernacsky), Zank (G. Guerra)  

Grande Prêmio Derby Paulista (tempo 2´ 37” )  

Jacutinga (T. Baptista), Zaga (J. Salfate), Zeugma (F. Biernacsky), Ducca ( S. Godoy)  

Grande Prêmio Consagração (tempo 3´22” )  

Jacutinga (T. Baptista), Zaga (A. Molina), Zeugma (L. Gonzáles), Janota (C. Fernandes)   

1957 - Dulce  ( Royal Forest e Duty)  

Grande Prêmio Barão de Piracicaba (tempo 1´ 39”5 )  

Dulce – F. Irigoyen, treinador Juan de La Cruz, Stud Seabra.  

Chegaram a seguir: Vaspa (C. Taborda), Garça (E. Le Mener Filho), Remington (R. Zamudio), Turquesa ( L. Gonzáles), Radiosa ( L. Vargas), Raama ( J. Carvalho), Kendalia ( J. Alves) e Racine ( S. Lobo)  

Grande Prêmio Diana (tempo 2´03”5)  

Dulce (F. Irigoyen), Garça (C. Taborda), Turquesa (L. Gonzales), Remington ( R. Zamudio), Fanfare ( G. Massoli) e Koruga ( E. Garcia).   

Grande Prêmio José Guathemozin Nogueira (tempo 2´30”1 )  

Dulce (F. Irigoyen ), Kendalia (P. Vaz), Garça (G. Massoli), Koruga (N. Pereira), Citadelle (L.B. Gonçalves), Bucarest ( L. Gonzalez ).   

1961 - Olhada (Orbaneja e Far Hounur)  

Grande Prêmio Barão de Piracicaba (tempo 1´ 39”5 )  

Olhada – J.O. Silva, treinador Manoel Branco, Stud Chilique.  

Chegaram a seguir: Grapa (P; Vaz), Gleda (V. P. Filho), Budapeste (F. Irigoyen), Extra (L.Rigoni), Igára ( G. Massoli), Homessa ( H.C. Silva), Bromélia ( J.B. Paulielo), Italianinha ( E.Le Mener Filho), Je Danse ( E. Amorim) e Beauty ( J.R. Olguin )     

Grande Prêmio Diana (tempo 2´08”8)  

Olhada (G. Massoli), Kaipira (D.Garcia), Extra (L. Rigoni), Grapa (P. Vaz), Igára (A. Artin), Remember me (J. Alves) e Glêda ( V.P. Filho).  

Grande Prêmio José Guathemozin Nogueira (tempo 2´37” )  

Olhada (G. Massoli), Violon Celeste (L. Rigoni), Budapest (L. Diaz), Edelvais (P. Vaz), Rendinha (J. Gentil), Camurcinha (A. Tempone e Kilpar (C. Taborda).  

1963 - Jembélia  ( Adil e Embélia)  

Grande Prêmio Barão de Piracicaba (tempo 1´ 39”1 )  

Jembélia – J.M. Amorim, treinador Juvenal Baptista Ivo, Stud Almeida Prado & Assumpção.  

Chegaram a seguir: Inch (V. P. Filho), Tailandia (F. Irigoyen), Jahuita (L.B. Gonçalves), Quintiliana (P. Vaz), Coaramita (F. Costa), Harkan (A. Artin), Neocádia (A. Bolino), Quilé (J.R. Olguin), Ênia (D. Garcia) e Naruóca (H.C. Silva)  

Grande Prêmio Diana (tempo 2´03”6)  

Jembélia (J.M. Amorim), Neocádia (H.C. Silva), Jadília (A. Bolino), Delos (C. Taborda), Jarbosa (P. Vaz), Giba (M. Borges), Tailândia (F. Irigoyen), Desídia (G. Massoli), Naboyant (J. Alves), Inch (L. Rigoni), Quilé (F. Sobreiro) e Descor (K. Gentil).  

Grande Prêmio José Guathemozin Nogueira (tempo 2´29”7 )  

Jembélia (J.M. Amorim), Jadília ( F. Irigoyen), Neocádia ( H.C.Silva), Jarbosa (P. Vaz), Harkhan ( L. Rigoni)   

1977 – Emerald Hill (Brz) (Locris e Embuia) 

Grande Prêmio Barão de Piracicaba (tempo 1´ 38”4 )  

Emerald Hill – L. Cavalheiro treinador Pedro Nickel, criador Haras Guanabara (Irmãos Seabra) e propriedade do Haras Rosa do Sul.  

Chegaram a seguir: Sophie (J. Dacosta), Zirkênia (A. Masso), Baby Lark (J. Fagundes), Fátua (J.M. Amorim), Castanhola (A. Bolino), Filema (E.M Bueno), Dami (V. Matos), Atraida (A. Matias), New Mac Laren (J.P. Martins), Adornada (R. Penachio), Vinga ( I. Quintana), Botelha ( J.K. Mendes), Xoshi ( A.F. Correia ), Blessed Girl ( E. Sampaio), Half Pansy ( I. Rocha), Atilde ( S. Azocar), Adilde ( J. Garica) e Enxusta ( E. Le Mener Filho ). 

Grande Prêmio Diana (tempo 2´02”)  

Emerald Hill (L. Cavalheiro), Envaidecida (L.A. Pereira), Karachi (E. Amorim), Baby Lark (J. Fagundes), Sophie (J. Dacosta), Know that (R. Penachio), Vice Reine (G. Menezes), Very Nice (L. Yanez), Ariri (J.P.Martins), Atraida (J.G. Costa), Flaga (A. Bolino), Efluente (J.M. Amorim), Dami (A.F. Correia), Tuyu Bella (J. Esteves).  

Grande Prêmio José Guathemozin Nogueira (tempo 2´40”5 )  

Emerald Hill (L. Cavalheiro), Karachi (E. Amorim), Envaidecida (J. Garcia), Zikenia (L.A. Pereira), Baby Lark (J. Fagundes), Know that (R. Penachio), Calaya (A. Bolino) e Zandaia (A.L. Silva).

Para que este artigo não fique somente nas palavras, abaixo está a foto da imortal Emerald Hill, com José Fagundes no dorso, lembrando, porém que foi o freio Loacir Cavalheiro que a conduziu na tríplice coroa.  

Emerald Hill (Brz)



 Heracleon 

A coluna Grandes Momentos orgulhosamente homenageará um dos maiores milheiros do turfe brasileiro de todos os tempos, cujas qualidades o fazem estar ao lado de ninguém menos que a lenda chamada Quartier Latin.

O nosso homenageado será o monstro sagrado da milha chamado Heracleon.

 Recordista dos 1.400 metros da grama com 1´22”9 ( juntamente com Cambrinus), e dos 1.600 metros, grama ,com 1´35” 1, ambos em Cidade Jardim, Heracleon de criação e propriedade do sacrossanto Haras São José e Expedictus, foi o que todo o criador um dia sonha em ter nas pistas: um fenômeno.

O filho de Karabas e Artic Queen teve uma campanha singular no que diz respeito as suas maiúsculas vitórias nas milhas internacionais, pois em São Paulo veio a fazer dois segundos lugares nessa prova, uma em 1.988 e outra em 1.989.

Já no hipódromo da Gávea, o defensor do São José e Expedictus venceu esse GP em 1.987 e bisou em 1.988. 

Vencer uma milha internacional já é motivo de muito orgulho para um criador e proprietário, agora vencer esses dois GP´s , fazer dois segundos, e ser recordista em duas distâncias em Cidade Jardim, convenhamos é ser algo digno dos insondáveis mistérios do turfe.

 O Grande Prêmio abaixo é a milha internacional da Gávea de 1.987, onde numa tarde com “casa cheia”, Heracleon corrido com maestria pelo famoso bridão paulista, Albenzio Barroso, colocou-se no meio do pelotão na maior parte do percurso e nos 300 metros finais, avançou de forma fulminante para cima do Pallazi, cujo favoritismo no páreo era total, tendo esse inclusive vencido esse mesmo GP no ano anterior.

O Juvenal, montando Kew Gardens, mostrando toda sua categoria conseguira ultrapassar o Pallazi, mas não resistiu ao tropel de Heracleon e com este formou a dupla de um GP mais do que eletrizante.

Heracleon era treinado pela competência em pessoa, José Martins Alves (J.M Alves). Seguramente Heracleon tem seu nome gravado de forma indelével na história do turfe brasileiro.

 Sino de reclamação 1

Essa coluna faz um apelo aos responsáveis dos arquivos do Jockey Club Brasileiro para que corrijam o retrospecto dessa prova referente aos anos  87 e 88, pois os jockeys estão trocados, ou seja, em 87 o jockey foi o Albenzio Barroso e 88 foi o Gabriel Menezes, e não contrário, como sempre indica a revista Brasil Turfe, editada por ocasião do GP Brasil.

Aqui não vale a regra matemática, a ordem dos fatores não altera o produto. Altera e muito. Vejam a foto e confirmem que posição do jockey no Heracleon é clássica do Barroso, além do que, o autor destas linhas foi testemunha da vitória desse jockey na Gávea!

Sino de reclamação 2

No artigo anterior, sobre o cavalo Mogambo, essa Coluna foi alertada por um leitor que o jockey do tríplice coroado Old Master era o bridão F. Pereira Filho e não o freio Adail Oliveira. O leitor estava certo.

Aos leitores nossas desculpas, ao “interturfista” o agradecimento pela correção e ao F. Pereira Filho nossa homenagem.

Heracleon - Vence linda carreira com A.Barroso !!!

Grande Prêmio Presidente da República G.1 -1600 grama – 02/08/87 – tempo 1´34”4 .

1º) Heracleon ( Karabas e Artic Queen) A. Barroso – J.M. Alves – Haras São José e Expedictus

2º) Kew Gardens ( Millenium e Din) J. M. Silva – J.A. Limeira – Stud Topázio

3º) Pallazi ( Millenium e Hula Hoop) F. Pereira Filho – W. P. Lavor- Haras Santa Maria de Araras

4º) Vinhão ( Opalele e Maresol ) C. Canuto – M. Gosik – Haras Tamandaré

Chegaram a seguir: Hauch (P. Cardoso), Rimmel (G.F. Almeida), Our Brave (W. Carvalho), Hot Car ( G. Assis), Quatre Pas (G. Meneses), Casmurro ( J. Ricardo), Angel Junior ( Y. Yaranga). Não correu: For Merit

 



 

 Mogambo 

 

A homenagem a ser feita hoje, 20 de julho 2005 neste espaço será para um cavalo do turfe carioca que, na década de 70, transformou o hipódromo de Cidade Jardim num verdadeiro “Recreio dos Cariocas”, visto que até o Grande Prêmio abaixo, o excelente fundista esteve invicto nas pistas paulistas.

 Vamos homenagear o cavalo uruguaio Mogambo, filho de Ujier e Yaguasa, de propriedade do mais que tradicional Haras Santa Ana do Rio Grande.

 Dono de uma classe e resistência fora do comum, sua estréia no turfe paulistano se deu no Grande Prêmio São Paulo de 1.977 e pasme leitor, o Mogambo sagrou-se vencedor da tradicional prova do turfe brasileiro.

 O seu retrospecto ainda mostraria um 2º lugar no fundamental Grande Prêmio Carlos Pellegrini, corrido na Argentina, um 4º lugar no Grande Prêmio José Pedro Ramirez, disputado no hipódromo de Maronãs, Uruguai, além de outras importantes vitórias e colocações tanto nesse país quanto no Brasil.   

Montado habitualmente pelo excelente freio Adail Oliveira, jockey do tríplice coroado Old Master entre outros, Adail Oliveira e Mogambo formavam uma simbiose perfeita e as vitórias eram conseqüência desse entrosamento. O treinamento coube ao competente Carlos Cabral. 

 O páreo abaixo em que Mogambo fez o “rapa” é o Grande Prêmio Piratininga, tradicional prova do início do ano no calendário paulista, disputado em 2.000 metros, na raia de areia.

Mogambo foi lançado para a ponta logo no início do páreo e nessa posição permaneceu até a transposição do disco, resistindo aos fortes ataques de seus adversários. Note o tempo do páreo.

 A esse grande cavalo, seu criador, proprietário, jockey e treinador vão aqui as nossas homenagens e reconhecimento pela excelente campanha.

 O leitor deve observar no retrospecto abaixo os cavalos que o Mogambo venceu, e note ainda que o cavalo que está em terceiro (Zabro), sob vigorosa atropelada do jockey Jorge Garcia fará o segundo lugar, ultrapassando ninguém menos que o Tibetano.

 Grande Prêmio Piratininga -2000m areia – 22/01/78 – tempo 2´03”6 ( o recorde era de 2´03”03)

 1º) Mogambo ( Ujier e Yaguasa) A. Oliveira – Carlos Cabral – Haras Santa Ana Rio Grande

 2º) Zabro (Quiosco e Mainaça) J. Garcia – L.B. Gonçalves – Haras Jahu

 3º) Tibetano (Fort Napoleon e Luzon) L.Yanez – W. Mazalla – Haras São José e Expedictus

 4º) Morkwitsch (King Buck e Editera ) J.M. Amorim – M. Dacosta – Haras Pastor

 Chegaram a seguir: Xemiur (J. Fagundes), Coursier (A.F. Correia), Xaimel (R. Penachio), Saturnius( J.Dacosta ).



 

 Tipsy Horse 

 

A coluna Grandes Momentos cujo foco é sempre ressaltar os grandes cavalos e os profissionais envolvidos com estes, de forma a prestar-lhes todas reverências, hoje abre esse espaço para uma homenagem póstuma ao treinador Sílvio Bernardo, do turfe paulista, falecido dia 13 de maio último.

 

Treinador oriundo do turfe de São Vicente, cuja pista sempre foi lembrada como a “Milagrosa”, dado o nível de recuperação de cavalos mancos que ali trabalhavam, Sílvio Bernardo podia ser considerado como o “Milagreiro da Prateada”, dado que diversos cavalos sob seus cuidados, quando problemáticos, em suas mãos, vinham para Cidade Jardim e venciam de forma categórica.

 

Trabalhando sempre com Studs de médio porte e pequenos proprietários, Sílvio Bernardo exibia aí sua maior competência, pois longe dos holofotes dos grandes Haras, esse abnegado e competente treinador, depositário das enormes esperanças dos pequenos proprietários que sonhavam em ver seus cavalos vencerem, lhes devolvia a confiança depositada através de vitórias, muitas vezes considerada como impossível.

 

Os turfistas ainda devem ter na memória o cavalo Daunt Champion, que aos nove anos, e sob seus cuidados, vencia com a maior naturalidade cavalos mais novos, sendo inclusive por uma época o recordista de vitórias em Cidade Jardim.

 

Outro ponto a ser destacado é o impressionante número de vitórias obtida para o Stud Bens e Valores, levando inclusive esse Stud ao topo da estatística de proprietários, numa época onde o Haras Rosa do Sul, Malurica, São José e Expedictus e outros eram os “leões” do turfe paulista.

 

É obrigatório mencionar que o jockey Nelito Cunha foi muito prestigiado por Sílvio Bernardo com as montarias do Stud NFB, e as conseqüentes vitórias obtidas muito contribuíram para que o espetacular jockey conseguisse seu primeiro título da estatística de jockeys em Cidade Jardim.

 

A esse correto e honesto profissional, o site Turfebrasil homenageia, infelizmente de forma póstuma, mas registrando seus feitos para que fique na lembrança de todos a sua competência e dedicação ao turfe.

 

"O turfe paulista e vincentino perdem um grande profissional".

   

A foto abaixo refere-se à égua Tipsy Horse,  vencendo o Clássico Guilherme Ellis de 1986 e é com essa vitória que prestamos a homenagem a esse competente e dedicado profissional.

 

Tipsy Horse - Vitória marcante na carreira vitoriosa de S.Bernardo

   

Grande Prêmio Guilherme Ellis -1400m grama – 20/04/86 – tempo 1´23”

 

1º) Tipsy Horse ( Crown Bowler e Acatada) A. Barroso – Sílvio Bernardo – Stud Maria Elizabeth

 

2º) Hermosa Mujer ( Executioner II e Quickness) C. Canuto – M. Gosik – Stud Major´s Night

 

3º) Oscanita ( Night Bird e Toscada) W. Carvalho – A.C. Lima – Stud São Charbel

 

4º) Atehe ( Trateggio e Até Demais ) J.M. Amorim – A.G. Rivera – Stud Crespi

 

Chegaram a seguir: Ora Light (S.A.Santos), Rica Rainha ( J.M.Silva), Catta Preta ( O.Gonçcalves), Vony Star( G.Antonio Filho), Nice Nancy ( M.Lourenço), Piruada ( E.Amorim) e Itausa ( A.Batista)

 



 

 FORT WORTH 

 

No turfe, a tradição reza que, na semana dos principais Grandes Prêmios disputados no país, a programação inclua distâncias que vão dos 1000 metros até os mais que clássicos 2.400 metros.

 

Toda atenção, logicamente, vai para os 2.400 metros, mas justiça seja feita, as demais distâncias possuem excelentes corredores, e será a eles que vamos prestar nossa homenagem neste artigo, especialmente para os velocistas.

 

Na década de 80, um de seus maiores expoentes foi o cavalo Fort Worth, de criação e propriedade do Haras Alsiar, cuja campanha, principalmente desenvolvida em Cidade Jardim, a todos encantou.

 

Dono de uma aceleração final impressionante, o craque nascido no Paraná, corria no meio do bloco e avançava forte no final e invariavelmente levantava a prova.

 

Relacionar os cavalos que derrotou é como passear na galeria da velocidade. Vejamos alguns deles: Gulfport, Roscado, Full House, Gérsia e outras “balas”.

 

Na foto abaixo, o filho de Maniatao e Elysian vai levantar o GP Independência, corrido nos 1000 metros da grama em Cidade Jardim, sob a montaria do jockey bi-campeão do GP São Paulo, o freio Geraldo Assis, seu jockey habitual.

 

Observe a foto e veja que, com galões trocados, Fort Worth irá ultrapassar o cavalo Gato George, que está por dentro, somente no próximo galão.  Uma chegada sensacional.

 

Este artigo presta também uma homenagem ao treinador J. Carlindo, falecido recentemente, cujo filho, C. Carlindo foi o treinador de Fort Worth.

 

O turfe brasileiro, de luto, perde um de seus grandes nomes.

 

Fort Worth (1)  Craque que deixou saudades !!!

 

Grande Prêmio Independência – 1000 metros grama macia – tempo 57”9 - 07/09/ 1.988

 

1º) Fort Worth ( Maniatao e Elysian) – G. Assis – treinador C. Carlindo – criador e proprietário – Haras Alsiar

 

2º) Gato George ( Magnasco e Miss Georgina) – A. Barroso – treinador J. Moraes – Stud Tuta

 

3º) Reynier ( Sail Trough e Klepsydra) – R. Penachio – treinador P. Gusso Filho – Haras Pirajussara

 

) Marca Passo ( Candidato e Maquiti) – J. Azevedo –treinador G. Gatti – Haras Talhaço.

 

Chegaram a seguir: Jaracuçu ( S. Martins), Gérsia ( I..F. Ribeiro), Roscado ( O. Gonçalves), Gulfport ( C. Canuto), Ironclad ( M. J. Morais), Indian Pipe ( W. Lopes), Just Teles ( M. Lourenço), Full House ( W. Carvalho),     

 


 

 Henry Junior 

O Grande Prêmio Paraná cuja distância de 2.400 metros, e disputado na raia de areia, pode ser considerado como GP São Paulo, ou GP Brasil, nesse tipo de pista, pois os melhores animais do país correram e inscreveram o seu nome na história desse importante Grande Prêmio.

 

Todo criador e proprietário sempre têm como objetivo vencer além dos Grandes Prêmios acima, vencer também o GP Paraná e consagrar seu animal. Uma consagração maior ainda é vencer o “Paraná” duas vezes, e tornar-se bicampeão.

 

Coube a um cavalo paulista essa memorável façanha.

 

O mais que vitorioso Henry Junior, filho de Henri de Balafré e Rose Velvet, de criação e propriedade do Haras Serrano, foi o primeiro cavalo a obter tal láurea, e sagrar-se bicampeão da prova.

 

Henry Junior sempre se mostrou um cavalo fundista por excelência, tanto na grama quanto na areia, e obteve importantes vitórias de Grupo, tais como GP Consagração (3.000m), Clássico Presidente Antonio Correa Barbosa (2.200m), GP Oswaldo Aranha (2.400m) entre outros. Realmente um cavalo de extraordinário nível técnico.

 

No Grande Prêmio Paraná de 1.988, o filho de Henri de Balafré, contando com a direção perfeita do mestre das rédeas, o freio paulista João Manuel Amorim, e treinado pelo competente Clóvis Lira, Henry Junior levantou de maneira categórica o bicampeonato do “Paraná”, e assim inscreveu seu nome nessa história desse Grande Prêmio.

 

Ao criador / proprietário, jóquei e treinador, a nossa singela homenagem pelo ineditismo e competência da conquista.

 

A foto abaixo mostra o momento em que Henry Junior cruza o disco com vários corpos do segundo colocado, e o freio João Manuel Amorim fazendo pose para a foto, bem ao seu estilo.

 

 

Henry Junior deixou saudades !!!

 

Grande Prêmio Paraná Gr.1– 2.400m areia encharcada – 18-10-1988

 

1º.) Henry Junior ( Henri de Balafré e Rose Velvet) , J.M. Amorim, treinador Clóvis Lira, Haras Serrano

 

2º.) Supreme Gold ( Bar Gold e Ana Bala), N. Souza, treinador I.V Pereira, Haras Lorolú

 

3º.) Keagravo ( Bar Gold e Hay Guria), O. Batista, treinador A. Alvani, Stud Açorianos

 

4º.) Hanabru ( Trocadero e Bipana), L.C.Silva, treinador O. Jerônimo, Haras Fazenda da Toca

 

chegaram à seguir: Às de Lark, Bufão, Acoré, Korolenko, Ingot, Aracatu, Don Dirceu, Viável, Odrinko Kid. Não correu Anseio.

 


 

Boticão de Ouro

 

Neste espaço sempre se procurou mostrar os grandes nomes do turfe brasileiro, o que não é uma tarefa fácil, mas altamente recompensadora pela simples lembrança desses gloriosos momentos.

Hoje a tarefa será um misto de alegria e da mais profunda tristeza, porque o homenageado situa-se nesses extremos simultaneamente. O turfista que porventura vivenciou esses momentos certamente entenderá o que estou escrevendo, e ao mais novatos, diria que tiveram a felicidade de não ter vivido essa situação.

 

Falamos do mais que imortal Boticão de Ouro, o fenômeno do turfe brasileiro do início da década de 80, que com suas vitórias marcou seu nome na História do turfe, e até hoje é, e sempre será lembrado como um ícone.

 

Dono de um retrospecto que por si só mostrava o fenômeno que era, somara 8 vitórias e 1 segundo, em nada menos que 9 saídas às pistas.

Na disputa do GP Derby Paulista de 1.981, o páreo subseqüente ao GP abaixo, Boticão de Ouro estava na ponta, mas nos 300 metros finais, com larga vantagem sobre os demais concorrentes, e rumo à consagração, veio a fraturar a mão direita (fratura exposta), e as cenas de sofrimento que se seguiram levaram à comoção o público e profissionais do turfe presentes ao hipódromo.

 

Para se ter uma idéia da carga emocional que se seguiu, seu jockey, Edson Ferreira, ao desmontar, vendo àquela cena da mão direita “pendurada”, teve uma crise nervosa tendo de ser amparado por profissionais que adentraram a raia.

 

O público atônito e desesperado com o ocorrido, nem prestou atenção ao desenrolar do páreo, pois todos foram magnetizados pelo sofrimento do estupendo cavalo.

 

Devido ao seu incomum retrospecto, Boticão de Ouro foi poupado do sacrifício na raia, pois se tentaria implantar-lhe pinos, e assim salvá-lo para reprodução.

Por quase trinta dias o mundo do turfe acompanhou a batalha dos veterinários, visando sua salvação, mas ao final, o destino falou mais alto, e seu sacrifício teve de ser feito.

 

Seguramente este foi um dos momentos mais tristes do turfe brasileiro.  

 

Vamos render-lhe uma homenagem, vendo-o vencer o Grande Prêmio Linneo de Paula Machado, disputado na Gávea e assim rever a sua última vitória, e ter sempre em mente o grande cavalo que foi.

Notem os nomes dos cavalos que ele venceu no páreo abaixo!!

 

 

Boticão de Ouro cruza o disco de chegada escoltado por Zirkel e Marquis

   

"Grande Prêmio Linneo de Paula Machado", 2000m, grama pesada – tempo 2min05s -11/10/81 - Gávea

 

1º.) Boticão de Ouro ( Locris e La Malma ) J. Pinto, treinador J.A.Limeira, Stud D.S, criador Haras Sideral

 

2º.) Zirkel ( St. Chad e Nuza) J. Queiroz, treinador G.L.Ferreira, Stud Ponte Nova

 

3º.) Marquis ( Sabinus e Tanarelle), E. Ferreira, treinador W.P Lavor, Haras Sta. Maria de Araras

 

4º.) El Santarém ( Samkio e Malásia ) J. Machado, treinador O.M.Fernandes, Stud Biscal.

 

Chegaram à seguir: Five ( J.Ricardo), Zaibo ( J.M.Silva), Demócrates ( G. Menezes), Klarito ( J. Escobar), Tremendo ( A. Oliveira).   

 


 

 REVLESS

A égua Off the Way é um patrimônio eterno do turfe brasileiro e sua campanha já foi objeto de um primoroso artigo aqui no site TurfeBrasil, ( veja o arquivo do site) mas não poderíamos deixar de mencionar e homenagear neste espaço, aquela que foi uma de suas maiores adversárias e aplicou-lhe sérias derrotas: a égua Revless.
 
Cumprindo quase que uma rotina, se o páreo fosse corrido em grama macia ou pesada, a Off the Way dividia a raia, mas se a prova fosse corrida em grama leve, Revless se sobrepunha de forma autoritária.
 
Ganhadora da primeira e segunda prova da tríplice coroa de São Paulo, o GP Barão de Piracicaba e GP Diana, a filha de Closeness e Revlon, de propriedade de Delmar Biazoli Martins e criação de Roberto Alves de Almeida, estava com todas as condições de alcançar o tão almejada láurea de tríplíce coroada, repetindo o feito da imortal Emerald Hill, mas numa decisão muito ambiciosa e talvez precipitada, Revless foi inscrita no GP Carlos Pellegrini (ARG) daquele ano , e assim deixou de correr a última prova em São Paulo e renunciar à um título mais do que raro e consagrador.
 
É obrigatório lembrar que no GP Diana, corrido nos 2.000 metros, Revless igualou o recorde de 1954 do lendário Gualicho,  de 2:00:04. Um feito histórico !!!
 
Conduzida sempre pelo bridão Luiz Correa Silva de forma impecável, Revless correspondia quase que por controle remoto à sua direção, mas nem essa particularidade foi levada em conta na sua inscrição no GP argentino, pois Roberto Penachio foi o jockey escolhido para dirigi-la em San Isidro. 
 
Enfrentando as máquinas argentinas, Revless veio a mancar gravemente durante o transcurso desse GP e de uma forma melancólica, a fenomenal égua teve sua campanha encerrada e assim o turfe viu sair do palco um de seus grandes nomes.
 
A foto abaixo mostra sua vitória no GP Piracicaba, ( a Revless está por fora) vencendo justamente Off the Way, e por uma fina ironia do destino, o jockey da Off the Way neste páreo foi o Roberto Penachio.
 
Que fique para a História que a Off the Way foi uma luz genial no turfe , mas Revless lhe fêz muita sombra.

Revlles (por fora), suplanta a craque Off The Way (cerca interna)

 
Grande Prêmio Barão de Piracicaba  G.1 - 1609 metros- grama leve - Cidade Jardim - 23/08/81
 
1o.) Revless ( Closeness e Revlon), L.C. Silva - treinador Cleomar Lopes Salles - proprietário Delmar Biazoli Martins
2o.) Off the Way ( Trateggio - Fiffi da Joli) - R. Penachio - Amazílio Magalhães - Haras Faxina
3o.) Oh que Boa ( Earldom - Droless ) - E. Amorim - Amazílio Magalhães  - Haras Faxina
4o.) Jopernalda ( Arnaldo - Opera Star) - W. Lopes - Julio Santos - Stud Ipauçu
 
chegaram à seguir: Remember, Babrina, Panthére, April in Paris, Zoa, Dearest One, Faturité, Lucata, Tia Mari, Minuta e Janua
 

 Aiortrophe 

Poucos turfistas sabem mas o Grande Prêmio Brasil de 1.999, vencido pelo cavalo paulista Aiortrophe, teve todos os ingredientes de um verdadeiro filme de Hollywood, tamanha foi a saga do treinador e do jockey.

 
O cavalo Aiortrophe era um animal de difícil condução, pois além de voluntarioso, dificultava toda trabalho do jockey em acalma-lo, e para piorar tudo, corria bem somente na grama pesada. Na grama seca era outro animal.
 
O competente treinador Afonso F. Barbosa, do turfe de Campinas,  sabia o valoroso cavalo que tinha em sua cocheira, mas com todos aqueles pormenores citados acima, não  se devia esperar grandes vitórias, mas como o turfe é um livro que não existe a última página, esta foi escrita de forma sobrenatural.
 
Ao invés de procurar um jockey famoso para monta-lo, o treinador optou pelo jockey Zirbo Paulielo Junior, um abnegado profissional oriundo de uma família que respira turfe, a família Paulielo, porém esse jockey nunca teve as preferências dos treinadores paulistas, apesar de suas qualidades profissionais e pessoais serem inegáveis.
 
Para surpresa de muitos, mas não minha, o bridão Zirbo Paulielo conseguiu a proeza de dosar corretamente o cavalo e fazer com que correspondesse às suas táticas de corrida e as vitórias aconteceram, mas sempre na raia pesada !!!
 
Os elementos de uma história estavam se formando, pois um bom treinador descobre um jockey desprestigiado que consegue montar excelentemente seu cavalo e um GP Brasil pela frente. Mas algo está faltando: a chuva !!!!!
 
Como que a mando de um sinal divino, na véspera do GP Brasil cai um temporal no Rio de Janeiro e a Gávea fica com a grama encharcada. Com esse sinal era fácil saber em quem São Pedro fechava a acumulada de vencedor !!!
 
Corrido o GP Brasil, Zirbo Paulielo Jr. executa um inteligente percurso e dosa magnificamente seu cavalo e vence a prova quase de ponta a ponta, para o espanto geral do público, mas não daqueles que o conhecem e sabem de seu valor pessoal e profissional.
 
Acompanhe na foto a tocada vigorosa desse "valoroso jockey" momentos antes de cruzar o disco,  e marcar seu nome na história no Brasil 99.
Esta coluna de Grandes Momentos não poderia deixar de  prestar-lhe essa singela homenagem, extensiva ao treinador A. F. Barbosa e seu pupilo Aiortrophe.
 

Zirbo Paulielo Jr. rumo ao disco de chegada com Aiortrophe no GP. Brasil 1999

Grande Prêmio Brasil 1999 - Gávea - 2.400 m grama - tempo 2´34" 08
 
1o.) Aiortrophe  - Zirbo Paulielo Junior - A. F. Barbosa - Haras Malurica
 
2o.) Unrivalled - Gabriel Menezes - I. Quintana - Stud J. Lírio Aguiar
 
3o.) Absloute Ruler - J. Ricardo - G.F.Santos - Stud Mega
 
4o.) Sunshine Way - J. Leme - G.F. Santos - Fazenda Mondesir
 
5o.) Ravaro - G. Guimarães - V. Nahid - Stud Rio Aventura

Chegaram   a seguir: El Macanudo, Etcher, Bacelar, Humbie, Chico Corredor, Post Card, Official Report, Links of Glory, Fool Around, Teddy World, Uncle Sam, Teeran, Omnium Leader, Vernier e Rector

 


 

 Latino 

 

Um dos bons nomes do turfe carioca, no início da década de 80,  foi sem dúvida o cavalo Latino de criação de propriedade do Haras Santa Maria de Araras.

Fundista por excelência, demonstrando isso no decorrer de sua campanha, o filho de Sabinus e Trevisa teve a tarefa de correr numa época em que nada menos que El Santarém, Serradilho, Leão do Norte, Rasputin II , mais os paulistas Clackson, Denee, Everard, Depiction, Nóvis e outros, marcavam presença nos principais páreos clássicos.

Latino teve uma companhia mais do que indigesta de adversários , mas a estes se juntou para deixar seu nome na história do turfe carioca.

 

A vitória abaixo se deu no GP Estado do Rio de Janeiro, corrido em março de 1.981, onde montado pelo eficiente freio José Queiroz , Latino  abria com vitória a primeira prova da tríplice coroa carioca.

 

A esse valoroso cavalo, ao seu criador e ao bom jockey que o montou,  vai aqui a  nossa homenagem.

 

 

Latino segue rumo ao disco de chegada

 

Movimento Técnico:

GP Estado do Rio de Janeiro, 1600m, grama, Hipódromo da Gávea,  tempo: 1´35"08

 

1º) Latino ( Sabinus e Trevisa ), J. Queiroz, treinador W.P.Lavor, Hs Santa Maria de Araras

 

2º) Irezoboo ( Zaluar e Axadresa), F.A. Marques, treinador A. Andretta,  Haras  Malurica

 

3º) Efesivo ( Tumble Lark e Snow England), J. Fagundes, treinador S. Lobo, Carmen Thereza Machline,

 

4º) Champagne Bisquit ( Rio Bravo II e Bread and Butter) S. P. Barros, treinador J.O Silva Filho , Stud Mar

 

Chegaram à seguir: Ciel de Feu, Quantrell, Glenmore, Suplente, Serradilho, Val de Blue, New Attack, Ivan Flauto, Lucrativo, Broncho Billy, Clear Day, Cedron, O´Brien, Toko, Leonino, Balenato, Equation e Luminoso.

 


 Chubasco 

Com a recente derrota do cavalo americano Smarty Jones no Belmont Stakes, última prova da tríplice coroa americana, o fenomenal cavalo contou com uma direção confusa de seu jockey, Stweart Elliot, quando este fez uma partida longa no seu pilotado, e para piorar, seu cavalo também não rendeu o esperado, e assim o mundo turfístico mais uma vez assistiu a perda da tão almejada láurea.

No Brasil, na década de 70 o hipódromo de Cidade Jardim presenciou algo muito parecido, com o tordilho Chubasco, que à sina de Smarty Jones, também perdeu a chance de ser tríplice coroado ao ser derrotado na última prova.

As provas que compunham a tríplice coroa eram o GP Ipiranga, o Derby Paulista e o GP Consagração, disputado nos rigorosos 3.000 metros. O tordilho havia vencido as duas primeiras e para aumentar a classe desse cavalo ele havia vencido também o GP Jockey Club de São Paulo, em 2000 metros...

Montado pelo então jovem bridão, Ivan Quintana, quis o destino que na última e mais importante prova, tanto do cavalo quanto do piloto, a experiência - sempre ela - falasse mais alto, e não percebendo o train de corrida notadamente falso, a dupla Chubasco e Quintana viram cair o sonho da tríplice coroa, quando o cavalo Zémario, montado pelo gigante das rédeas, o freio João Manoel Amorim, levantou o GP Consagração de 1977.

Hoje,  com a excessiva flexibilidade do regulamento da tríplice coroa, Chubasco teria sido tríplice coroado ao levantar o Derby.

Por ironia do destino, na década de 90 , o mesmo Ivan Quintana, muito mais experiente, montando a égua Double Circle,  faria com que a égua Biscuit Royale com o bridão Joaquim Volmir, fosse derrotada na última etapa da tríplice coroa das éguas, tirando desta o tão sonhado título.

A foto abaixo não tem relação com as provas da tríplice coroa do Chubasco, mas mostra a elevada categoria desse cavalo, pois o páreo em questão é o GP Osvaldo Aranha, onde ele venceu nada menos que três vencedores do GP São Paulo e um vencedor do Derby.

Acompanhe o retrospecto e veja o nome das feras à quem ele venceu. Notar que Chubasco foi montado pelo bridão Edson Amorim ao invés do Ivan Quintana.  

Chubasco (3) rumo a mais uma vitória

Movimento Técnico:                                                  

Grande Prêmio Oswaldo Aranha - 16 Abril de 1.978 - 2.400  grama leve - Tempo 2`30 "07

1o.) Chubasco ( Don Bolinha e Fifia) - Edson Amorim - Abadio Cabrera - proprietário - Sr. Armando Anastácio

2o.) Donética ( Major´s Dilemma  e Monética)-  Antonio Bolino - Anisio Andretta - Haras Malurica

3o.) Mogambo ( Ujier e Yaguasa ) - Adail Oliveira - Carlos Cabral - Haras Sta. Ana do Rio Grande 

4o.) Chumbo ( Major´s Dilemma  e Fancy Dress ) - Eduardo Le Mener Filho - Anisio Andretta - Haras Malurica

chegaram à seguir: Agente ( A. Barroso) , Lusi ( R. Penachio), Big Poker ( J.M Amorim).


 

 Jimwaki 

Um dos grandes nomes do turfe brasileiro nos últimos anos foi sem dúvida o cavalo Jimwaki, de criação e propriedade do Haras Equilia, e dentre as inúmeras vitórias obtida por esse estupendo corredor, o Grande Prêmio Brasil de 1997 foi um dos pontos altos de sua campanha.

Enfrentando nessa prova rivais de altíssimo nível, como Quinze Quilates, Mr. Fritz, Zé de Ouro, Fool Around, Magnum Opus, Oriental Flower e outros o filho de Gem Master e Winwaki, não deu a menor chance aos adversários e aplicou-lhes uma vitória inconteste.

Como cumprindo quase que um teorema no turfe, grandes vitórias exigem grandes jockeys, e Jimwaki nesse prova teve uma verdadeira lenda viva em seu dorso : o fantástico bridão Gabriel Menezes, a qual considero um dos maiores jockeys da história do turfe sul americano.

Nessa prova, Gabriel Menezes obteria a tão sonhada vitória no GP Brasil, título que lhe faltava em sua extensa galeria de GP´s. Notem a emoção ( rara ) demonstrada por ele nessa chegada, onde atira o chicote para o ar, feito esse somente repetido em sua vitória no GP São Paulo de 1984 com o cavalo Às de Pique.

 Ao imortal Gabriel Menezes, Jimwaki e seu criador e proprietário, a nossa homenagem.

  Gabriel Menezes vibra após vitória no GP. Brasil 1997

 

Movimento Técnico: 

GP Brasil - 2400 m - grama - 3/ 08/ 97 - Gávea - tempo 2`25"07 

1o.) Jimwaki ( Gemaster e Winwaki ) Gabriel Menezes, treinador J.M. Alves, Haras Equilia 

2o.) Fool Around ( Bright Again e So Beauty), L. Duarte, treinador I.C. Souza, Haras Santa Maria de Araras

3o.) Dalmasi ( New Colony e Palm Bassa ) , M. Almeida, treinador M. Carvalho, Haras Anderson

4o ) Tarvis ( Ieron e Tojours Belle), C. Lavor, treinador D. Guignoni, Stud Boa Vista da Gavea

5o.) Magnum Opus ( Roi Normand e Agasaki ), R.L Santos. treinador S.L. Silva , Luis Antonio Ribeiro Pinto 

chegaram à seguir: Mind the Gap, Car Bomb, Quinze Quilates, Job di Caroline, Alpino Fitz, Lone Ranger, Hike Lite, Quemay, El Paso, Solus Ferus, Cardenal, Mr. Fritz, Zé de Ouro, Murano e Oriental Flower.


 Big Lark 

A verdadeira corrida de cavalo é aquela em que o turfista fica atento ao desenrolar do páreo, mas é na reta final que a carga de emoção aumenta para um estado eletrizante, pois é ali que vai se definir o vencedor e nessa hora todo um momento mágico envolve a emoção da chegada.

Quando a disputa envolve dois animais a carga emocional é dobrada, mas quando tem mais de dois, a emoção é quase cardíaca.

Para relembrar um dos momentos de grande taquicardia coletiva ocorrido em Cidade Jardim, a coluna Grandes Momentos traz o GP Rafael A. Paes de Barros, corrido no dia 2 de Abril de 1978, cujo resultado, qualquer que fosse, seria justo dado o nível dos três competidores no disco.

O cavalo Big Lark montado pelo eficientíssimo freio Loacir Cavalheiro,  Tibetano com o enérgico bridão chileno Luiz Yanez, e Zémario dirigido por um gigante das rédeas, o freio João Manoel Amorim, proporcionaram uma reta antológica e uma chegada digna para um eletrocardiograma.

Sugestão: antes de olhar o movimento técnico, procure imaginar o desenrolar dessa chegada e tentar descobrir quem foi o vencedor.

Movimento Técnico:

Grande Prêmio Rafael A. Paes de Barros - 02/04/78 - Cidade Jardim - 2.400 grama - tempo 2min 32s 3/10

1o. Big Lark ( Tumble Lark e Snow England), Loacir Cavalheiro, treinador Pedro Nickel, Carmen Thereza Machline

2o. Zémario ( Frenchman´s Creeck e Bruxellas), J.M. Amorim, treinador Dendico Garcia, Stud Rio Preto

3o. Tibetano ( Fort Napoleon e Luzon ), L. Yanez, treinador W. Mazzala, Haras São José e Expedictus.

4o. Etito ( Zaluar e Biotita), A. Bolino, treinador A. Andretta, Haras Malurica

Chegaram a seguir: Xemiur (A. Barroso), Lord William (L.A.Pereira) e Zagre ( R. Penachio)


 Zirbo 

Uma das grandes páginas do turfe gaúcho, que jamais poderia deixar de ser mostrada aqui nesse espaço, foi à conquista do tricampeonato do GP Bento Gonçalves , em 1983, pelo fenomenal cavalo Zirbo.

 Se ganhar um Bento Gonçalves já é um feito e tanto, imaginem ser tricampeão de uma prova daquele nível.  Zirbo, ao entrar para a história do turfe brasileiro,  mostraria que seu sangue paterno já era um excelente indicador de suas qualidades, pois seu pai, Egoísmo, foi o vencedor do Derby de 64 em Cidade Jardim.

 

A esse fantástico cavalo vai a nossa homenagem

 Movimento Técnico

 GP Bento Gonçalves – 6/ 11/ 83 - 2.400 areia – tempo 2´33” 

 1º. Zirbo ( Egoísmo e Leréia), Holmes Freitas, treinador Antonio Alvani, proprietário Antonio F. Martins

 2º. Dark Duke ( Falkland e Galiléia), A. Oliveira, Clovis Dutra, Haras São José e Expedictus

 3º. Zool ( Waldmeister e Witchery ) G.F. Almeida, L.C Ávila, Fazenda Mondesir

 4º. Piantón ( Tayik e Alcohólica) O. Taramasco, A. Miguez, Caballeriza Rei

 Chegaram a seguir: Dervish, Company, Zirkel, Zatel, Kriger e Aunante.

_____________________________________________________________________________________

 Orpheus 

Os Grandes Prêmios São Paulo e Brasil disputados na década de 70 , tinham como característica a forte presença de cavalos argentinos e chilenos, e a grande responsabilidade da criação nacional era suplantar as máquinas estrangeiras enviadas e tidas como " Papa Prêmios".

Para relembrar um dos heróis nacionais, que suplantou adversários estrangeiros,  a coluna " Grandes Momentos" abre espaço para uma singela homenagem ao cavalo Orpheus, que aos 6 anos foi o vencedor do GP Brasil de 75,  defendendo aquilo que considero um verdadeiro manto sagrado do turfe brasileiro, a farda ouro, costuras azuis e boné ouro, do Haras São José e Expedictus.

Orpheus montado pelo freio P. Alves e treinado pelo venerável Ernani de Freitas, que obtinha assim a assombrosa marca de sua 6a. vitória em um GP Brasil, lograram uma vitória ímpar.

Já na reta de chegada, Orpheus abre vantagem para o argentino Snow Body, tendo Frizli e Gran Secreto à seguir. 

Movimento Técnico

 Grande Prêmio Brasil 1.975 - 2.400 grama leve - tempo de 2` 27" 5

 1o. Orpheus ( Alipio e Emmet), jockey P. Alves, treinador Ernani de Freitas, Haras São José e Expedictus

 2o. Snow Body ( Snow Cat e Lady Blanche ), jockey Hector C. Libre, treinador J. Etchechourry, Caballeriza El Zorzal

 3o. Frizli ( Zenabre e Frimousse) , jockey F. Esteves, treinador A.P. Silva, Stud Tibagi

 4o. Gran Secreto ( Gran Atleta e Early Star ) , jockey C. Pezoa, treinador E.J. Sauro, Caballeriza Vincitore

 5o. Satánas ( Babu´s Or e Nativa ) , jockey Albenzio Barroso, treinador E. Teixeira, Haras América.

Chegaram a seguir: Blue Train, Manacor, Keats, Arnaldo, Orfeão, Hawk, Freddy Boy, Extremo, Gadahar, Piduco, Calau, La Ranchera e fechou raia Proteisa. 


Maybe this Time 

A coluna " Grandes Momentos " da semana traz o GP Presidente do Jockey Club, corrido em Cidade Jardim em 6 de Fevereiro de 1.983, onde após uma reta antológica, os cavalos Maybe this Time, montado pelo freio Jorge Garcia ( por fora, na foto) e Manaus, montado pelo bridão de origem chilena, Jorge Dacosta, lograram um justíssimo empate nessa prova.

Além de emocionante,  essa foto mostra muito bem a diferença de tocada de um jockey de freio e um jockey de bridão, ( ver artigo " Uma defesa dos freios" no homepage do site TurfeBrasil), e para que não prevalecesse um regime em detrimento ao outro, o empate foi a maior justiça.

Movimento Técnico:

GP Presidente do Jockey Club, 1600 metros, areia leve, tempo: 1' 37" 8 

1o. Maybe this Time ( Locris e Mabird), Jorge Garcia, treinador Dendico Garcia, Haras Scotland

1o. Manaus ( Rio Bravo II e Marienbad), Jorge Dacosta, treinador R.M Dacosta, Stud Carigus

3o. Leonard ( Kelele e Gayane), L. Amaral, treinador W. Marracini, Stud Sancá

4o. Falkner ( George Raft e Pundonorosa) , Geraldo Assis, treinador E. Garcia, Stud Duplo G

Chegaram à seguir: Dervish, Mac King, Xess, Last Tango


 Immensity 

O site TurfeBrasil  está estreando uma nova coluna, cujo nome é " Grandes Momentos", e terá por objetivo apresentar a foto e o movimento técnico de algum páreo importante do passado, para que o turfista possa relembrar aquele momento de especial emoção que só o turfe pode proporcionar.

 Para que a estréia fosse de gala, nada melhor que começarmos com um verdadeiro marco histórico da criação nacional, que foi a conquista do GP Carlos Pellegrini de 1983, pela imortal Immensity, seguida pelos eternos  Kigrandi e Kenético.  

Immensity e Kigrandi, montados por dois dos maiores jockeys da história do turfe brasileiro, os freios Antônio Bolino e Jorge Garcia, juntamente com o eficiente bridão Sílvio A. Santos, jockey de Kenético, deram um show de técnica e percurso, para um hipódromo atônito com o resultado da prova.

Essa vitória e as demais colocações são um patrimônio eterno do turfe brasileiro .

Aproveite e  boas lembranças !!!!

Reta de chegada na altura do totalizador, onde nota-se o avanço de Kigrandi por dentro, já tendo ao lado

a fantástica Immensity, com Antonio Bolino com sua matemática tocada.  O Kenético está encoberto na foto, porém logo atrás de Kigrandi. 

Immensity cruza o disco com enorme superioridade, consagrando-se com uma das maiores éguas de todos os tempos.

Notem a classe do Antonio Bolino no disco, e a elegância do Jorge Garcia, tendo inclusive guardado o chicote , sendo essa posição uma de suas marcas registradas.  

Movimento Técnico:

GP Carlos Pellegrini Gr.1, 2400 metros, grama, tempo: 2' 27" 4 

1o. Immensity ( Zenabre e Monyaguá),  Antonio Bolino, treinador Abadio Cabreira, Haras Ponta Porã

2o. Kigrandi ( Leigo e Cajopita ),  Jorge Garcia, treinador Dendico Garcia, Stud Tevere

3o. Kenético ( Earldom II e Donética ),  Silvio A. Santos, treinador Altair Oliveira, Haras Malurica

4o. Pedregal ( El Andaluz e Petronella), Hector Libre, treinador R. Chigliotti, Stud Migueletes

Chegaram a seguir: Petisero, El Avalar, El Director, Marble Arch, Ball Fighter, Eglinton, Estratega, El Ermitaño, Congresal, Ftty, Extorsive, Mazoquero Red, Sweet Cherry, Linaje, Bonete e fechou raia Purser.

ßvoltar